quarta-feira, 28 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
PESQUISA SOBRE DISCIPLINA
PESQUISA
SOBRE DISCIPLINA NAS TURMAS 7º ANO B E 7ª SÉRIE
Amostra: 46 questionários
1) VOCÊ GOSTRA DE ESTUDAR?
Muito
(4%) Médio
(53%) Pouco (38%)
Nada (5%)
Os alunos pesquisados têm médio e pouco
interesse pelos estudos.
2) VOCÊ ACHA QUE A TURMA É DISCIPLINADA?
Sim
(9%) Mais ou menos (85%) Não
(6%)
As turmas não são totalmente indisciplinadas, mas também não se comportam totalmente.
3) A QUE
VOCÊ ATRIBUI A FALTA DE DISCIPLINA NA SALA DE AULA! (Duas respostas)
Problemas pessoais (23%) Não gostar de estudar (22%)
Aulas enjoadas (35%) Colegas sem limite (68%)Sala mal projetada (52%)
4)
O QUE PODERIA AJUDAR NA DISCILINA? (2 Respostas)
Melhorar
as aulas (48%) Mandar bagunceiros sair (67%)
Impor limites (57%) Professores exigir mais (28%)
CONCLUSÃO
Os nossos alunos têm médio interesse
pelos estudos. Atribuem aos colegas que não reconhecem os limites a falta de
disciplina da sala de aula, mas também consideram que o ambiente, a arquitetura
da sala também é decisiva no comportamento, pois no verão o calor é
insuportável, agravado pela falta de ventilação, e no inverno o frio é intenso
e esses fatores climáticos também ajudam à dispersão na concentração e
interesse pelas explicações.
No contexto geral, as turmas são entendidas
como medianamente disciplinadas. Para ajudar na melhora do comportamento,
sugerem que os alunos bagunceiros deveriam ser retirados da turma e os
professores deveriam impor mais limites a todos.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Indisciplina na Escola: reflexões
Alguns autores referem que ocorrem na escola indisciplinas pois os fatores que levam às mesmas são de ordem externa e interna à instituição. A realidade nos aponta divergências pois enquanto os alunos fruto de coordenadas históricas diferentes às dos educadores, acabam exigindo da escola uma constante reavaliação das práticas um planejamento que dê conta destas discrepâncias que afligem de sobremaneira e sobrecarregam o profissional desta área.Por um lado percebe-se que diversos fatores podem ser apontados como prováveis causa da indisciplina, e esta não deve se circunscrever a esfera comportamental, esta além desta dimensão, existindo fatores externos e internos à escola. Importante também que exista um esforço para além de levantar problemas na escola e procurar culpados, pois o esforço para encontrar soluções depende da comunidade escolar - dos professores , gestores, da família dentre outros
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Segundo Augusto Cury, no livro “Treinando a emoção para ser feliz”, criamos sociedades complexas, construímos diálogos, produzimos ciência, porque somos uma espécie pensante. Ser uma espécie inteligente nos trouxe muitas vantagens,mas o exercício inadequado da atividade do pensamento trouxe muitos problemas, tais como guerras, discriminações, crimes, injustiças sociais. Além disso, essa atividade também trouxe transtornos internos, como a Síndrome do Pensamento Acelerado - SPA.
O
pensamento precisa ter uma velocidade produtiva adequada para
propiciar saúde emocional. No momento que esta velocidade aumenta,
pode causar sintomas como irritabilidade, insatisfação existencial,
dificuldades de concentração, déficit de memória, fadiga
excessiva, sono alterado, dificuldade de extrair prazer nos
estímulos de rotina diária. Ela é epidêmica e atinge grande parte
da população mundial. É gerada pelo excesso de estímulos
produzidos pela imprensa escrita, pela mídia, pela ciência, pela
educação, pelo trânsito de informações e preocupações nas
relações sociais. Tal excesso de estímulos gera uma hiperexcitação
da leitura da memória que produz uma hiperaceleração dos
pensamentos, que, por sua vez, gera o ciclo da SPA. Esta síndrome é
geradora da ansiedade. Algumas doenças podem produzí-la, mas,
atualmente, ela tem sido produzida como uma doença isolada,
desencadeada pelo ritmo alucinante e estressante do mundo moderno.
A
característica básica desta síndrome é que as pessoas não
desligam suas mentes, não desaceleram seus pensamentos. O humor fica
flutuante e irritadiço. Frequentemente, sofrem por antecipação.
Outra característica básica é o cansaço físico exagerado e
inexplicável. Lutam para conquistar algo, mas, quando conseguem,
logo perdem o prazer. Detestam a rotina, estão sempre em busca de
novos estímulos para ter um pouco de satisfação, têm dificuldade
de contemplar o belo nos pequenos estímulos da rotina diária.
A
SPA nos alunos: explicando o caos da educação:
Os
jovens em especial são vítimas da SPA. Os professores de todas as
sociedades modernas não sabem por que os alunos da atualidade cada
vez se concentram menos em sala de aula e estão mais irritadiços e
inquietos. Essa síndrome os leva a ter baixa capacidade de pensar
antes de reagir e a procurar novos estímulos para excitar sua emoção
insatisfeita, por isso tumultuam o ambiente.
Não
estamos produzindo pensadores, mas sim reprodutores do conhecimento.
Não estamos formando jovens emocionalmente saudáveis. Os alunos
saem das escolas com milhões de informações e um diploma nas mãos,
porém despreparados para a vida. São necessárias novas técnicas
psicopedagógicas para melhorar o rendimento intelectual e promover a
educação da emoção. Se não houver mudança, se não houver
mudança nas suas bases, nossos professores adoecerão cada vez mais
e nossos alunos não sobreviverão num mundo competitivo, agressivo
e, frequentemente, menos humano.
Os
professores são poetas da vida, eles precisam resgatar a autoestima.
A esperança do mundo está sobre os ombros da educação.
Entretanto, ser professor tem se tornado uma usina de stress. A
educação moderna deve priorizar o treinamento da emoção.
Técnicas
de treinamento para a educação da emoção: a educação
participativa:
- Educação participativa
- Exposição dialogada
- Contador de histórias
- Reconstruir o rosto do conhecimento
- Elogiar e resgatar a autoestima dos alunos
- Cruzar o mundo dos professores com o dos alunos
- Ensinar técnicas do treinamento da emoção e gerenciamento do pensamento
Bibliografia:
Cury,
Augusto. Treinando a emoção para ser feliz: Nunca a autoestima foi
tão cultivada no solo da vida! - 2 ed. - São Paulo: Editora
Academia de Inteligência, 2007.
Claire,
Loici, Renan, Simone e Tere Araújo
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Considerações sobre (In)Disciplina
Algumas considerações apresentadas no Simpósio Internacional- (In) Disciplina escolar: confrontando e problematizando concepções e ações, relativas ao trabalho de pesquisa da UNISINOS, em escola pública.
“...De imediato o processo investigativo indicou:
1. Falar de indisciplina é falar de um fenômeno complexo, multifacetado
e que não encontra sentido único; logo tratar desta problemática implica em
lidar com realidades, concepções e fenômenos heterogêneos;
2. Escola e indisciplina sempre estiveram associadas, desde os meados do
século XIX, com a institucionalização da escola como aparelho reprodutor do
Estado, com a implantação da racionalidade moderna e com a emergência dos
moldes de produção industrial. Só que hoje a escola não pode mais dar conta da
questão da "disciplina" da mesma forma como dava antes, pois, o que
se concebia como escola e aluno já não mais faz sentido;
3. Juízos morais e políticos
sempre estarão presentes nos estudos sobre a temática, mas precisamos analisar
o fenômeno disciplina na sua totalidade e complexidade.
Até então concluímos que precisamos:
a)desmanchar mitos, contrapor concepções professor/aluno; aluno/aluno;
equipe diretiva/professor/aluno;
b)evitar posições extremas – não dramatizar e não ignorar as questões de
disciplina/indisciplina;
c)colocarmo-nos numa perspectiva de reflexão e análise.
d)tentar entender como os discursos são construídos, desvelando-os e
questionando-os;
e)revelar (desvelar) a fragilidade da ordem escolar, localizando-a no
espaço da ordem social.
Para, além disso, a análise dos
tensionamentos anteriormente apontados tem permitido ao grupo avançar na
compreensão do cotidiano escolar e da questão da (in) disciplina”.
“...Assim, ao entendermos melhor a temática pretende-se "buscar
alternativas de sociabilidade", alternativas democráticas que apontem para
horizontes de "emancipação", que neutralizem o risco de erosão do
contrato social (Santos, 2000).
Acreditamos que essas alternativas democráticas passam, necessariamente, por um diálogo rigoroso, que não quer dizer "rigidez". "O rigor vive com a liberdade, precisa da liberdade" (FREIRE, 1987, p. 98). “Por outro lado, “a liberdade precisa de autoridade para se tornar livre” (Ibidem, p.115).”
Forster, Mari Margarete dos Santos; Schwieder, Emanuel
Otto; Lisboa, Joiciana Gonçalves; Sbicigo, Juliana Burges
Universidade do Vale do Rio
dos Sinos – UNISINOS – Programa de Pós-Graduação em Educação.
www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000082005000
- 39k
Enviado por Tere Araujo.
Enviado por Tere Araujo.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Aprendizagem
APRENDIZAGEM
Sabe-se que a aprendizagem inicia com a capacidade de
identificar objetos, símbolos e sons e prossegue, imediatamente, com o
desenvolvimento da linguagem.
A linguagem visa alcançar o conhecimento da cultura na qual cada um de nós está inserido e,
dessa maneira, sistematizar o processo formal de aprendizagem.
De acordo com Vygotsky (1978)," todas as
funções psicológicas superiores são geradas na cultura da nossa aprendizagem e
respondem não só a um desenho genético, mas principalmente a um desenho
cultural. Assim, em observação ao nosso sistema orgânico e psíquico, somos 'projetados' para captarmos de forma rápida, clara e concisa as informações acerca
da nossa cultura, bem como seus usos e costumes."
Tendo em vista que cada pessoa é unica e possui experiências pessoais próprias, a aprendizagem torna-se um processo exclusivo e diferenciado para cada ser humano. Entretanto, considera-se que existem esquemas gerais de aprendizagem (sistema orgânico) que possibilitam o trabalho das escolas e dos estudos científicos. Vale destacar que a capacidade de simbolização e conceituação (aprendizagem propriamente dita) é específica do ser humano.
As experiências pelas quais o indivíduo passa podem ser organizadas em cinco níveis hieráriquicos, conforme sua complexidade, sendo que cada uma destas experiências está vinculada à vivência do nível anterior.
De acordo com Fernandèz (1991), "a aprendizagem baseia-se em hierarquia de experiências, dá-se em espiral dialética, com funções superpostas e interligadas." Nesta escala, em ordem crescente de complexidade, o processo de aprendizagem necessita passar pela sensação, percepção, formação de imagens, simbolização e conceituação.
PERCEPÇÃO - está relacionada à interpretação do
estímulo e preparação de resposta. A eficiência da percepção depende de que o
aparato neurológico seja capaz de converter, adequadamente, as sensações em
impulsos elétricos. Apesar de ser um comportamento neurologicamente superior à
sensação, do ponto de vista psicológico é, ainda, extremamente rudimentar. No
entanto, é baseado na percepção que o indivíduo irá formar imagens.
FORMAÇÃO DE IMAGENS - refere-se aos processos de memória já que corresponde a um registro de aspectos
das experiências vividas. As imagens formadas não se restringem apenas ao nível visual; são
registros de percepções oriundas de quaisquer dos órgãos dos sentidos, tais como os sons sociais não verbais
(ruídos de automóveis e máquinas, vozes de animais, etc), odores
característicos de diversas coisas, os sabores típicos dos diferentes
alimentos, texturas de objetos, assim como também a percepção social, ou seja,
expressões faciais e corporais percebidas em várias situações.
SIMBOLIZAÇÃO - essa habilidade é exclusiva do ser humano e corresponde à capacidade de
representar uma experiência de forma verbal ou não verbal. As simbolizações não
verbais verificam-se através de símbolos visuais ou auditivos, em manifestações
artísticas, musicais, religiosas e patrióticas, incluindo as
capacidades de avaliar e recordar situações, emitindo julgamentos do tipo:
perto – longe – grande – pequeno – alto – baixo – cheio – vazio – depressa –
devagar, etc. As simbolizações verbais estão relacionadas a palavras. O ser
humano apresenta três sistemas verbais: falado, escrito e lido. Tanto na
história da espécie como no desenvolvimento de cada indivíduo, o primeiro
destes sistemas a se instalar é o falado. A maturidade
psiconeurológica aqui exigida é menor do que nos sistemas lido e escrito. Algumas
modificações relativas a estes sistemas verbais podem ser observadas em
circunstâncias especiais, como a linguagem de sinais utilizada pelos surdos
(libras) ou o Braille, código de escrita utilizado pelos cegos. A conquista da
habilidade de simbolizar abre caminho para o domínio da conceituação.
CONCEITUAÇÃO - é o nível mais complexo do
processo mental, o qual capacidades de abstração, classificação e
categorização. É preciso observar que conceituar e abstrair não são sinônimos.
A abstração contrapõe-se à concretização, pressupondo um maior grau de
distanciamento em relação a uma circunstância observável. Ainda assim, a
experiência abstraída pode ser e em algum momento certamente foi observada. No
entanto para conceituar, também é necessário classificar e categorizar.
Fontes:
SOARES, Dulce Consuelo R. O Cérebro x Aprendizagem. Disponível em http://www.profala.com/arteducesp67.htm
SOARES, Dulce Consuelo R. O Cérebro x Aprendizagem. Disponível em http://www.profala.com/arteducesp67.htm
FERREIRO,
E.; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Buenos Aires. Art
Méd: 1979
FERNÀNDEZ,
A. A Inteligência Aprisionada – abordagem psicopedagógica clínica da
criança e sua família. Porto Alegre. Art Med, 1991.
PIAGET,
Jean. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes : Petrópolis, 1970.
POLLACK,
Robert. Signos da vida. A linguagem e os significados do ADN. Rio de
Janeiro: Rocco, 1997.
VYGOTSKY,
L. A Formação Social da Mente; [organizadores Michael Cole... [et all;
tradução José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche]
– 5ª edição São Paulo: Martins Fontes, 1978.
Fonte da Consulta:
Aprendizagem - Educação e Psicopedagogia - InfoEscola
www.infoescola.com › Educação
Enviado por Loici de Lourdes Pontalti
Adolescência
SÍNDROME DA ADOLESCÊNCIA NORMAL
Maurício Knobel (Professor emérito pela UNICAMP.
Professor de Psiquiatria Geral da Infância e Adolescência) aponta
que “fazem já mais de trinta anos fiz a proposta de
considerar o que denominei a “Síndrome da Adolescência Normal” (Knobel, 1962;
Aberastury e Knobel, 1992). Posteriormente, esta definição psicodinâmica e
cognitiva apareceu para nós como o resultado lógico da elaboração de ‘lutos’
próprios desta fase evolutiva. Assim, o luto pela “infância” perdida através de
lutos pelo corpo infantil perdido na família e na sociedade e o luto pelos pais
da infância que já não mais realmente existe, necessitam ser elaborados.
(Aberastury e Knobel, 1992; Aberastury, Knobel e Rosenthal, 1972). Elaboração
de lutos só pode ser feita quando o sujeito, de qualquer idade, passa por
estados depressivos. Na adolescência, também observamos este processo, só que,
devo acrescentar aqui, que considero que por estes mesmos motivos, os
adolescentes vivem numa depressão constante, aparentemente muitas vezes
mascarada e, também, normalmente, com claros traços psicopáticos que aparecem
das maneiras mais diversas na expressão de condutas contraditórias descritas na
“síndrome da adolescência normal”. Eis aí que já temos “depressão” e
“psicopatia”, como expressões psicopatológicas na adolescência, que dependendo
da intensidade e do comprometimento do self, podem ser “normais” ou
“patológicas”.
Knobel comenta: "...há indivíduos biopsicossocialmente doentes de agressividade. Pessoalmente e pela minha experiência, considero que o “Estatuto da Criança e da Adolescência” apresenta uma necessária proteção destas criaturas, mas acabou por extrapolar num excesso de impunidade e estímulo à delinquência. Acabou sendo um instrumento demagógico e em parte antissocial. Hoje o “menor” se sabe amparado pela lei da impunidade. Os juizados de menores estão restritos nas suas possibilidades de fazer justiça quando um adolescente criminoso e ciente de sua atividade antissocial, responsável, fica protegido por uma lei baseada na cronologia do delinquente. As delegacias dos menores, já bem escassas e sem recursos humanos treinados, e a ameaça de aparecerem como brutais agressores, tornaram-se um componente psicologicamente punitivo, considerando que, logicamente, sem ordem judicial, nada poderão fazer. Vemos cenas de televisão nas quais as crianças e adolescentes assaltam, roubam, agridem frente às câmeras televisivas e aos transeuntes que só as assistem amedrontados...O perigo que eu enxergo é que frente a tanta impunidade desnecessária, voltem as restrições brutais e indiscriminadas. Já estamos sabendo dos chamados “grupos de extermínio” ou dos “justiceiros”.
Não se trata aqui de justificar essas falhas de nosso sistema, que peca em protecionismo, muitas vezes só demagógicos, mas alertar sobre muitos casos de “responsabilidade” na conduta agressiva de crianças e adolescentes, que são também as que entram na droga e no tráfico de drogas, não poucas vezes cientes de sua impunidade legal. Isto nos leva a insistir na necessidade da formação de recursos humanos muito bem preparados para lidar com crianças e adolescentes, com conhecimentos da psicopatologia, da dinâmica familiar e social, e especialmente de procedimentos terapêuticos adequados à nossa realidade.
Knobel comenta: "...há indivíduos biopsicossocialmente doentes de agressividade. Pessoalmente e pela minha experiência, considero que o “Estatuto da Criança e da Adolescência” apresenta uma necessária proteção destas criaturas, mas acabou por extrapolar num excesso de impunidade e estímulo à delinquência. Acabou sendo um instrumento demagógico e em parte antissocial. Hoje o “menor” se sabe amparado pela lei da impunidade. Os juizados de menores estão restritos nas suas possibilidades de fazer justiça quando um adolescente criminoso e ciente de sua atividade antissocial, responsável, fica protegido por uma lei baseada na cronologia do delinquente. As delegacias dos menores, já bem escassas e sem recursos humanos treinados, e a ameaça de aparecerem como brutais agressores, tornaram-se um componente psicologicamente punitivo, considerando que, logicamente, sem ordem judicial, nada poderão fazer. Vemos cenas de televisão nas quais as crianças e adolescentes assaltam, roubam, agridem frente às câmeras televisivas e aos transeuntes que só as assistem amedrontados...O perigo que eu enxergo é que frente a tanta impunidade desnecessária, voltem as restrições brutais e indiscriminadas. Já estamos sabendo dos chamados “grupos de extermínio” ou dos “justiceiros”.
Não se trata aqui de justificar essas falhas de nosso sistema, que peca em protecionismo, muitas vezes só demagógicos, mas alertar sobre muitos casos de “responsabilidade” na conduta agressiva de crianças e adolescentes, que são também as que entram na droga e no tráfico de drogas, não poucas vezes cientes de sua impunidade legal. Isto nos leva a insistir na necessidade da formação de recursos humanos muito bem preparados para lidar com crianças e adolescentes, com conhecimentos da psicopatologia, da dinâmica familiar e social, e especialmente de procedimentos terapêuticos adequados à nossa realidade.
"A evolução rápida dos costumes e a maior liberdade
da exteriorização dos pensamentos e sentimentos dos jovens, concorrem para que
os pais, para não serem qualificados de “quadrados”, cedam cada vez mais a
certas imposições dos filhos, muitas vezes irreverentes”. Acrescenta que “tais
pais concorrem para desenvolver uma “familite” extremamente prejudicial à
formação de uma personalidade sadia.” (Miller de Paiva, 1980). Este outro
conceito de “familite” ajuda na formação de um Super-ego brutal, submisso aos
desejos e imposições familiares e gerador também de não poucas condutas
extremamente violentas. As estruturas familiares exageradamente rígidas e as
extremamente permissivas
(por desestruturação ou como formação reativa), levam seus adolescentes a
recalcar seu ódio, ainda que precariamente, e a procurar uma identificação
introjetiva de rigidez violenta, que pode estourar na psicopatia mais violenta. O medo ao
aniquilamento, ou seja, à desintegração psicótica pode obrigar, como defesa, a
reestruturações psicóticas e as graves patologias.” (Bleger, 1977).
Fonte de consulta:
Normalidade, responsabilidade e psicopatologia da violência na Adolescência.
M Knobel,
D LEVISKY - LEVISKY, DL Adolescência e violência: …, 1997 -
davidleolevisky.com
http://davidleolevisky.com/livros/livros/Adolescencia%20e%20violencia%20-%20consequencias%20da%20realidade%20brasileira/capitulo%20IV%20-%20Normalidade,%20Responsabilidade%20e%20Psicopatologia%
20da%20Viol%EAncia%20na%20Adolesc%EAncia.pdf
Enviado por Loici de Lourdes Pontalti
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